sábado, 13 de dezembro de 2008

O diminutivo de Doistoiévski

"Chegando à pontezinha, deteve-se e ficou pensativo. Queria encontrar o motivo da sua estranha frieza. Compreendia claramente que ela não se localizava fora, mas dentro dele. Confessou sinceramente a si mesmo que não era a frieza calculista, de que tão frequentemente se vangloriam as pessoas inteligentes, nem a frieza do estúpido que ama a si próprio, mas simplesmente uma impotência do espírito, uma incapacidade de assumir o belo com profundidade, a velhice precoce, consequência da educação, da luta desordenada por um pedaço de pão, da vida sem família, em quartos alugados."

Do conto Viérotchka, de Anton Tchekhov.

Intoxicante e intenso como Doistoiévski no conteúdo. Ágil na narrativa, mas nunca superficial no tratamento das emoções das personagens. Tchekhov é fascinante. E Boris Schnaiderman também.

2 comentários:

Luara Quaresma disse...

Pagaria um cafe para voce, para Boris e para Doistoiévski.

... disse...

eu pago meu café para estar numa mesa dessas...

o trecho é perfeito
e boris é genial...