sábado, 16 de maio de 2009

Essa corrosiva insatisfação

O problema de tudo é que não consigo, por mais que eu engula a cotidianidade como um comprimido espesso e exerça uma auto-coerção digna dos homens essencialmente puritanos, me satisfazer com as coisas. Sou rabugento como "an old man trying to return soup in a deli!", para citar George Costanza. E impaciente como uma criança de classe média, quando está em um desses monumentais e brilhantes hipermercados dos grandes centros. É por isso que eu reclamo comigo mesmo, quando me deparo com a semana que se passou e noto que justaponho dias alegres e dias melancólicos, bom-humor e mau-humor, em curtos períodos de tempo. Se bem que, de tanto falar de insatisfação e descontentamento, eu já começo a ficar satisfeito com tudo isso. Satisfeito com a insatisfação, com a inquietação.

5 comentários:

Anônimo disse...

Grande Felipe. Cara, tomei um susto ao ler, justamente pelo fato de estar passando por algo extremamente parecido. Já chamaram-me de Bipolar, odiei e poucos minutos após estava amando novamente, e o mais incrível é que os dias alternam-se mesmo, uns são ótimos, outros parecem querer não acabar. Ótimo texto.

Felipe Moraes disse...

Ufa, não estou sozinho!

Obrigado pela visita, Jaime.

Gláucia Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gláucia Cristina disse...

Mas quem disse que a inquietação é uma coisa ruim? Pense em todas as revoluções e mudanças que não teriam acontecido se todos os espíritos fossem acomodados.

E, além do mais, gente homogênea é um saco.

Vilhena Soares disse...

Isso se chama distimia hahaha
tbm tenhu :P