Romova já me alertou várias vezes sobre isso. “Não analise, sinta!”. Eu tento, tento mesmo. Mas é duro. Meu espírito crítico é incontrolável. É quase impossível não criticar, não analisar. Analiso, penso, balanceio e não consigo sentir. Sentir é melhor do que analisar, isso é óbvio. Mas não analisar parece me emburrar. Os poucos momentos em que senti de verdade, a razão não encontrou lugar, a análise não se achou em minha delirante cabeça. Preciso sentir, preciso sentir para ser eu mesmo. Sentir para sentir-me. É aquele sentir de Clarice: “sentir para pertencer”. Mas é tudo muito calculado, tudo muito raciocinado, tudo muito pensado nesse mundo. E muito pouco sentido. Sente-se pouco, eu acho, eu apenas acho. Há coisas para serem pensadas e muitas outras para serem apenas sentidas. Se pensadas, estragam-se, perdem-se, desviam-se. Já percebeu? A análise é sempre triste, covarde, ela é desumana. Humanos deviam existir para sentir, jamais para pensar.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
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Um comentário:
Gostei do texto, da evolução e do desejo de sentir...
isso é uma luta! pq a gente jamais deixa de analisar, encontrei um escape (não, não é nenhuma da de Freud! heheheheh)
Crônica muito boa!
Tema excelente!
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