Não entendi e nem você vai entender

Estou há 1h45 tentando entender um pouquinho de Primer, um dos filmes de ficção científica mais hard, mais cerebrais já feitos -- acredito eu. Li uma meia-dúzia de textos, passei o olho em dois infográficos, e não adiantou muito. Já me convenci de que é um filme que precisa (e merece) ser revisitado. Mas, já adianto, é um daqueles que prendem a sua atenção do começo ao fim, ainda que você fique perdido nos diálogos rápidos, desenvolvidos numa linguagem hermética e matemática, e no desenvolvimento propositadamente atropelado do roteiro.

A trama: dois jovens cientistas trabalham num projeto que, dados os resultados dos experimentos, mostra potencial para a viagem no tempo. Eles decidem ganhar dinheiro com a coisa investindo em empresas que possuem ações em alta: acompanham o mercado de títulos, voltam no tempo e aplicam grana nas corporações que estão se dando bem na bolsa. O filme ganha ares de thriller quando as linhas do tempo são embaralhadas. Estamos diante de um quebra-cabeças indecifrável.

Conteúdo colocado à parte, posto que merece nova(s) conferência(s), Primer também se destaca pela fotografia surpreendentemente bela para um filme que custou apenas $ 7 mil. A trilha sonora é enigmática, composta por Shane Carruth (ator-diretor-roteirista-produtor-iluminador do 16 mm), e ajuda na criação de um competente climão de suspense.

Nas minhas teimosas pesquisas por explicações fáceis e gratuitas para solucionar o filme, acabei encontrando esse excelente post do spiceee -- e me senti tentado a comprar o DVD.

Enquanto isso, tratarei de rever Primer mais algumas vezes: ou entendo ao menos 70% da coisa ou tenho um colapso nervoso tentando.