
Julianne Moore, na pele da dona de casa Carol White, desenvolve reações alérgicas a quase tudo, mesmo sem ter histórico de doenças ou registro de queda nas taxas de metabolismo e defesa do organismo -- dados que o médico da família insiste em apresentar ao casal, mas que White ignora. Haynes apresenta a crise de uma mulher que vive bem, num bairro seguro, tranquilo, agradável, com empregadas à disposição e tempo livre para lazer, encontro com amigas, exercícios físicos e cuidados com o jardim. No entanto, desde as primeiras cenas, mesmo antes da doença misteriosa, sabemos que White é infeliz, vazia. E a atuação de Moore, gélida, sisuda, tensa, como se estivesse prestes a explodir a qualquer momento, é aterrorizante. Contribuem, nesse sentido, a trilha sonora em volume médio, que por vezes se confunde com a própria respiração de White -- e também com a sua.
Enfim, não sabemos (e mesmo que eu soubesse, não revelaria) se ela está realmente doente ou completamente louca.
Paro por aqui e deixo-vos a análise do sempre excelente A. O. Scott, do The New York Times:
Nenhum comentário:
Postar um comentário