
A excentricidade de Kaufman caminha de mãos dadas, apertadas com a genialidade de Kaufman. Uma pena que direção e roteiro, realizados juntos pela primeira vez por ele em
Synecdoche, New York (
Sinédoque, Nova Iorque), mostraram mãos atônitas, inseguras e frias. É quase impossível se conectar com o principal do filme, Caden Cotard, (o sempre intocável Philip Seymour Hoffman), um tipo intelectual que, consagrado na comunidade artística, deseja executar uma montagem teatral das mais obtusas e megalomaníacas que um sujeito frágil e perturbado como ele poderia pensar em consolidar.
Kaufman é Cotard.
Sinédoque é ininteligível e inescrutável como a cabeça de seu realizador, num debut infelizmente um pouco exasperado — apesar da narrativa consistente. Ou talvez precisemos assistir ao filme mais algumas vezes, como fez Roger Ebert: para o crítico, esse foi o
melhor da década passada.
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